O Despertar
A avenida principal estava interditada diante a um grande
acidente que acontecera mais cedo antes de Alexa sair da escola, o acidente
tomava grandes proporções ninguém entendia o que havia ocasionado tudo. Aquela
avenida era parte do seu trajeto mais curto para casa, todos os outros caminhos
davam muita volta.
O dia havia sido cansativo, ela via uma grande multidão se
aglomerar na avenida, curiosa se aproximava para tentar ver, adentrando no meio
da multidão e ziguezagueando entre as pessoas até chegar à fita de contenção. A
cena que via era chocante, vários carros amassados e capotados, muitas pessoas
feridas, várias ambulâncias e policiais. Mas ela precisava dar um jeito de
passar por entre aquele acidente e ir embora.
Observava tudo com cuidado em atenção procurando por uma
breve brecha para passar pela fita de contenção e sair correndo para ir embora,
passado alguns minutos de observação ela consegue achar a brecha e sai
correndo, se escondendo entre os carros, passado quase metade do caminho Alexa
ao olhar para trás e pega desprevenida por uma explosão que acontecia a sua
frente, ao voltar seu olhar para frente se assustava e acabava caindo no chão,
uma grande labareda de milhares de cores se formava a sua frente e vinha em sua
direção, suas pernas não a obedeciam ela apenas fechou os olhos e tentou tampar
o rosto com seus braços.
A labareda entrava em seu corpo e sumia aos poucos de sua
volta, seu corpo estava fraco seus braços já não conseguiam defender seu rosto,
seus olhos estavam abertos e se mostravam de várias cores, aquilo durava poucos
segundos e a fazia desmaiar.
Ao recobrar sua consciência, abria os olhos lentamente vendo
um teto branco o cheiro de remédios e produtos de limpeza tomavam conta do ar,
ela olhou para o lado e viu alguém sentado, sua vista estava turva não
conseguia identificar direito quem poderia ser.
-Vejo que já acordou, demorou bastante para acordar, achei
que teria que voltar só amanha. – Ele gargalhava para tentar animar a garota
que o olhava atentamente.
Sua visão voltava a ficar nítida. O policial a sua frente não
parecia tão velho, parecia uma pessoa agradável, com um pouco de dificuldade se
levantou da cama e ficou sentada olhando para ele.
-Quando posso ir embora? – Sua voz mostrava tristeza,
hospitais não lhe traziam boas lembranças.
-Fique tranquila, logo você poderá ir embora, irei chamar um
enfermeiro e ele me dirá quando você pode ir embora, fique tranquila que irei
lhe levar ate a sua casa. Espere um minuto. – Saia do quarto a procura de um
enfermeiro, não se demorava muito e já voltava para o quarto. Um homem de
vestes brancas vinha ao seu lado, seus olhos mostravam cansaço.
-Olá pequena, vamos tirar logo esse soro e você poderá ir
embora Suas mãos eram hábeis, ele retirava rapidamente o soro sem que ela
sentisse uma única dor. – Pronto já pode ir embora, agora.
O policial a ajudava a se levantar da cama e pegava sua
bolsa. – Vamos embora, que ainda tenho muito serviço a fazer mocinha. – Ele sorria
gentilmente para a garota passando uma sensação de conforto, ela o seguia em
silencio.
Todo o trecho até sua casa, poucas palavras foram trocadas.
Ao chegar ela só pegava a bolsa agradecia ao policial e saia rapidamente do
carro, pegava a chave e abria porta e ao fechá-la ficava encostada nela, estava
com uma sensação diferente, sentia seu corpo leve como se uma forte adrenalina
corresse por todo seu corpo.
Seu gato e único companheiro a olhava, ele era Alexis um
gato negro. A escuridão tomava conta da casa, ela ia para seu quarto e se
jogava diretamente na cama, um estalo vinha em sua mente.
-Como consegui fazer todo esse trecho no escuro. – Começava a
rir e sentia sua visão melhor, a escuridão já não seria mais um problema.
Os raios do sol iluminavam o quarto fazendo com que a garota
despertasse antes mesmo de seu despertador. Ela se arrumava e ia para o colégio,
a caminhada parecia mais longa que de costuma, passando próxima a uma vitrine
algo chama sua atenção fazendo com que parecesse para observar, uma loja nova
de doces iria abrir.
Ao olhar para o relógio estava atrasada, sai correndo
desesperada sem perceber acaba atravessando uma grande avenida movimentada,
parava no meio da avenida desesperada, o sinal estava aberto os carros
buzinavam e tentavam desviar dela, não conseguia mexer um músculo do corpo, o pânico
estava tomando conta de seu ser.
Um forte vento batia em seu rosto fazendo com que fechasse
os olhos e se abaixasse, mas abrir os olhos tudo estava parado, como se o tempo
tivesse congelado, apenas ela conseguia se mover naquela situação, saindo
desesperada do meio da avenida seu coração já estava a mil. Na calçada ela
fechava os olhos e respirava fundo, ao abrir tudo estava normal, sua mente
estava uma bagunça pelo acontecimento.
Seu relógio de pulso apitava, estava atrasada para a aula,
voltava a correr o mais rápido possível para o colégio, chegando próximo ao portão
ouvia o sinal tocar pela ultima fez, ela corria mais rápido ainda em direção a
sua sala, esbarrando em varias pessoas, mas chegando antes de seu professor a
sala.
O dia seria apenas aula de Educação Física, era o dia que
Alexa mais gostava de estar presente, aquele ainda mais em especial, pois seria
vôlei e ela era a melhor da turma. Antes de começar a partida ela puxava o
aquecimento fazendo com que todos se divertissem e rissem de suas palhaçadas,
aquilo a divertia e fazia todos participarem da aula.
Era dado inicio a partida, tudo ocorria tranquilamente, por
um instinto Alexa salta para cortar a bola, mas ao atingir o chão a bola fazia
um enorme buraco no chão assustando a todos os alunos ali presentes, o som que
fazia atraia a atenção daqueles que estavam mais longe.
O professor vinha em passos rápidos preocupado, mas ao olhar
e ver o buraco alivia por alguns segundos sua preocupação, mas ela logo se
torna mais forte.
-Saiam todos daqui, retornem para sua sala, quero que fique
apenas o responsável por esse buraco e se todos saírem e não ficar ninguém,
todos pagaram por isso. – Observava todos saírem rapidamente, ficava apenas uma
garota.
Alexa estava desesperada não sabia o que fazer. – Professor,
por favor, me desculpe, não sei o que aconteceu, simplesmente cortei a bola e
aconteceu isso. – Seus olhos se mantinham apenas olhando o chão não tinha
coragem de olhar no rosto de seu professor, mas ele a olhava com tristeza.
-Pode ir, está dispensada, volte para a turma. – Fazia um
sinal para que a garota se retirasse.
Voltava para a sala pensativa, sua carteira era próxima a
janela, estava uma baderna a sala todos conversavam, alguns jogavam bolinhas de
papel e alguns até falavam no celular, ela estava perdida em seus pensamentos,
se sentava e ficava a observar o jardim da escola. Uma bolinha vem em sua direção,
mas em um reflexo rápido ela conseguia a pegar antes de atingi-la, sua mente se
tornava mais confusa com a situação.
O dia passa, mas sua mente continuava confusa, no caminho
para sua casa se sentia sendo observada por alguém, olhava para todos os lados
para tentar localizar quem poderia estar a observando, mas não encontra nada. Perdida
em seus pensamentos um pancada o tira deles, havia esbarrado em alguém. Era uma
garota aparentemente de sua idade, seu cabelo era branco como o brilho da lua,
seus olhos eram azuis como o oceano profundo. Alexa a ajudava se levantar.
Aqueles olhos chamavam atenção de Alexa, despertavam uma
antiga lembrança em sua mente, uma garotinha lhe entregando uma bala, com os
mesmo olhos e aquela sensação de paz, e seus cabelos eram da mesma cor.
-Mil desculpas. Estava totalmente perdida em pensamentos e não
a vi. – Ela sorria sem graça, suas bochechas estavam ficando vermelhas de tanta
vergonha, passava a mão por seus cabelos por conta do nervosismo. – A sim, acho
que a conheço de algum lugar.
-Sem problemas, também estava desatenta. Também acho que a
conheço de algum lugar.
-Poderia me falar seu nome?
-Claro, me chamo Diana e você? – Ela sorria de um jeito
meigo.
-Sou Alexa. – Ao olhar de relance em seu relógio via que
estava totalmente atrasada para voltar para casa, pois sua tia iria ligar e
precisava estar na hora certa. – Me desculpa preciso ir estou totalmente
atrasada, espero que possamos nos reencontra logo e descobrir da onde nos conhecemos.
Ambas seguiam por caminhos diferentes, mas se encontravam
perdidas em seus pensamentos.
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