terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A Batalha de Animam - 01

 O Despertar



A avenida principal estava interditada diante a um grande acidente que acontecera mais cedo antes de Alexa sair da escola, o acidente tomava grandes proporções ninguém entendia o que havia ocasionado tudo. Aquela avenida era parte do seu trajeto mais curto para casa, todos os outros caminhos davam muita volta.

O dia havia sido cansativo, ela via uma grande multidão se aglomerar na avenida, curiosa se aproximava para tentar ver, adentrando no meio da multidão e ziguezagueando entre as pessoas até chegar à fita de contenção. A cena que via era chocante, vários carros amassados e capotados, muitas pessoas feridas, várias ambulâncias e policiais. Mas ela precisava dar um jeito de passar por entre aquele acidente e ir embora.

Observava tudo com cuidado em atenção procurando por uma breve brecha para passar pela fita de contenção e sair correndo para ir embora, passado alguns minutos de observação ela consegue achar a brecha e sai correndo, se escondendo entre os carros, passado quase metade do caminho Alexa ao olhar para trás e pega desprevenida por uma explosão que acontecia a sua frente, ao voltar seu olhar para frente se assustava e acabava caindo no chão, uma grande labareda de milhares de cores se formava a sua frente e vinha em sua direção, suas pernas não a obedeciam ela apenas fechou os olhos e tentou tampar o rosto com seus braços.


A labareda entrava em seu corpo e sumia aos poucos de sua volta, seu corpo estava fraco seus braços já não conseguiam defender seu rosto, seus olhos estavam abertos e se mostravam de várias cores, aquilo durava poucos segundos e a fazia desmaiar.

Ao recobrar sua consciência, abria os olhos lentamente vendo um teto branco o cheiro de remédios e produtos de limpeza tomavam conta do ar, ela olhou para o lado e viu alguém sentado, sua vista estava turva não conseguia identificar direito quem poderia ser. 

-Vejo que já acordou, demorou bastante para acordar, achei que teria que voltar só amanha. – Ele gargalhava para tentar animar a garota que o olhava atentamente.

Sua visão voltava a ficar nítida. O policial a sua frente não parecia tão velho, parecia uma pessoa agradável, com um pouco de dificuldade se levantou da cama e ficou sentada olhando para ele.  
-Quando posso ir embora? – Sua voz mostrava tristeza, hospitais não lhe traziam boas lembranças.

-Fique tranquila, logo você poderá ir embora, irei chamar um enfermeiro e ele me dirá quando você pode ir embora, fique tranquila que irei lhe levar ate a sua casa. Espere um minuto. – Saia do quarto a procura de um enfermeiro, não se demorava muito e já voltava para o quarto. Um homem de vestes brancas vinha ao seu lado, seus olhos mostravam cansaço.

-Olá pequena, vamos tirar logo esse soro e você poderá ir embora Suas mãos eram hábeis, ele retirava rapidamente o soro sem que ela sentisse uma única dor. – Pronto já pode ir embora, agora.
O policial a ajudava a se levantar da cama e pegava sua bolsa. – Vamos embora, que ainda tenho muito serviço a fazer mocinha. – Ele sorria gentilmente para a garota passando uma sensação de conforto, ela o seguia em silencio.

Todo o trecho até sua casa, poucas palavras foram trocadas. Ao chegar ela só pegava a bolsa agradecia ao policial e saia rapidamente do carro, pegava a chave e abria porta e ao fechá-la ficava encostada nela, estava com uma sensação diferente, sentia seu corpo leve como se uma forte adrenalina corresse por todo seu corpo.

Seu gato e único companheiro a olhava, ele era Alexis um gato negro. A escuridão tomava conta da casa, ela ia para seu quarto e se jogava diretamente na cama, um estalo vinha em sua mente.
-Como consegui fazer todo esse trecho no escuro. – Começava a rir e sentia sua visão melhor, a escuridão já não seria mais um problema.

Os raios do sol iluminavam o quarto fazendo com que a garota despertasse antes mesmo de seu despertador. Ela se arrumava e ia para o colégio, a caminhada parecia mais longa que de costuma, passando próxima a uma vitrine algo chama sua atenção fazendo com que parecesse para observar, uma loja nova de doces iria abrir.

Ao olhar para o relógio estava atrasada, sai correndo desesperada sem perceber acaba atravessando uma grande avenida movimentada, parava no meio da avenida desesperada, o sinal estava aberto os carros buzinavam e tentavam desviar dela, não conseguia mexer um músculo do corpo, o pânico estava tomando conta de seu ser.

Um forte vento batia em seu rosto fazendo com que fechasse os olhos e se abaixasse, mas abrir os olhos tudo estava parado, como se o tempo tivesse congelado, apenas ela conseguia se mover naquela situação, saindo desesperada do meio da avenida seu coração já estava a mil. Na calçada ela fechava os olhos e respirava fundo, ao abrir tudo estava normal, sua mente estava uma bagunça pelo acontecimento.

Seu relógio de pulso apitava, estava atrasada para a aula, voltava a correr o mais rápido possível para o colégio, chegando próximo ao portão ouvia o sinal tocar pela ultima fez, ela corria mais rápido ainda em direção a sua sala, esbarrando em varias pessoas, mas chegando antes de seu professor a sala.
O dia seria apenas aula de Educação Física, era o dia que Alexa mais gostava de estar presente, aquele ainda mais em especial, pois seria vôlei e ela era a melhor da turma. Antes de começar a partida ela puxava o aquecimento fazendo com que todos se divertissem e rissem de suas palhaçadas, aquilo a divertia e fazia todos participarem da aula.

Era dado inicio a partida, tudo ocorria tranquilamente, por um instinto Alexa salta para cortar a bola, mas ao atingir o chão a bola fazia um enorme buraco no chão assustando a todos os alunos ali presentes, o som que fazia atraia a atenção daqueles que estavam mais longe.

O professor vinha em passos rápidos preocupado, mas ao olhar e ver o buraco alivia por alguns segundos sua preocupação, mas ela logo se torna mais forte.
-Saiam todos daqui, retornem para sua sala, quero que fique apenas o responsável por esse buraco e se todos saírem e não ficar ninguém, todos pagaram por isso. – Observava todos saírem rapidamente, ficava apenas uma garota.

Alexa estava desesperada não sabia o que fazer. – Professor, por favor, me desculpe, não sei o que aconteceu, simplesmente cortei a bola e aconteceu isso. – Seus olhos se mantinham apenas olhando o chão não tinha coragem de olhar no rosto de seu professor, mas ele a olhava com tristeza.
-Pode ir, está dispensada, volte para a turma. – Fazia um sinal para que a garota se retirasse.

Voltava para a sala pensativa, sua carteira era próxima a janela, estava uma baderna a sala todos conversavam, alguns jogavam bolinhas de papel e alguns até falavam no celular, ela estava perdida em seus pensamentos, se sentava e ficava a observar o jardim da escola. Uma bolinha vem em sua direção, mas em um reflexo rápido ela conseguia a pegar antes de atingi-la, sua mente se tornava mais confusa com a situação.

O dia passa, mas sua mente continuava confusa, no caminho para sua casa se sentia sendo observada por alguém, olhava para todos os lados para tentar localizar quem poderia estar a observando, mas não encontra nada. Perdida em seus pensamentos um pancada o tira deles, havia esbarrado em alguém. Era uma garota aparentemente de sua idade, seu cabelo era branco como o brilho da lua, seus olhos eram azuis como o oceano profundo. Alexa a ajudava se levantar.

Aqueles olhos chamavam atenção de Alexa, despertavam uma antiga lembrança em sua mente, uma garotinha lhe entregando uma bala, com os mesmo olhos e aquela sensação de paz, e seus cabelos eram da mesma cor.
-Mil desculpas. Estava totalmente perdida em pensamentos e não a vi. – Ela sorria sem graça, suas bochechas estavam ficando vermelhas de tanta vergonha, passava a mão por seus cabelos por conta do nervosismo. – A sim, acho que a conheço de algum lugar.

-Sem problemas, também estava desatenta. Também acho que a conheço de algum lugar.

-Poderia me falar seu nome?

-Claro, me chamo Diana e você? – Ela sorria de um jeito meigo.

-Sou Alexa. – Ao olhar de relance em seu relógio via que estava totalmente atrasada para voltar para casa, pois sua tia iria ligar e precisava estar na hora certa. – Me desculpa preciso ir estou totalmente atrasada, espero que possamos nos reencontra logo e descobrir da onde nos conhecemos.


Ambas seguiam por caminhos diferentes, mas se encontravam perdidas em seus pensamentos.

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